CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS ADULTOS - NOVA
VISÃO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
ATIVIDADE 02
Os
nossos ancestrais africanos
Os negros africanos foram trazidos,
principalmente, da costa ocidental da áfrica. Os nossos colonizadores
trouxeram, aproximadamente, 5 milhões de pessoas que foram utilizadas como mão
de obra escrava em diversas atividades como agricultura, mineração, serviços
domésticos, etc.
Havia os bantos de área hoje
conhecidas com o nome de Angola e Moçambique. Também vieram grupos africanos de
formação religiosa islâmica, como os mandingas, Haussa e, do norte da Nigéria,
os negros malês. E alguns grupos menores da Serra Leoa e da Costa do Marfim.
A escravidão africana foi
praticada durante mais de três séculos. No Brasil, só século XVI ao final do
século XIX. Os sofrimentos pelos quais os africanos passaram foram inúmeros e
cruéis.
Para os europeus, todos os povos
diferentes dele eram considerados inferiores. Aqui, os portugueses entendiam
que os africanos, que vieram obrigados, eram animais irracionais e não tinham
alma, religião e cultura. Enfim, para os europeus, os escravos não passavam de
objetos, mercadorias e, quando chegavam à América, eram registrados e marcados
para venda.
Era, obrigados, por meio de
horríveis torturas físicas, a executar os piores tipos de tarefas.
Dessa forma, sem referência de
identidade e de cultura, isolados, os escravos africanos, depois de muito tempo
no Brasil, passaram a se comunicar falando o português que aprenderam através
dos gritos dos feitores. Esse aprendizado levou à disseminação da língua
portuguesa nas áreas onde trabalhavam: o nordeste açucareiro e as zonas de
mineração no centro do país.
Isolado de seu berço africano e
longe dos olhos de seus senhores, o negro obteve consolo nas crenças
religiosas, nas danças, na música e nas criações culinárias. Apesar das
dificuldades impostas pela classe dominante.
A RESTÊNCIA NEGRA
A resistência à escravidão, que
começou ainda em terras africanas, tornava se mais sofrida durante a travessia
do oceano Atlântico.
Existiram diferentes formas de
resistência, que foram constantes na história brasileira. Por exemplo, fugas,
formação de quilombos ou mocambos e revoltas, roubos, sabotagem, assassinatos,
suicídios e abortos.
A fuga, por si só representava a
liberdade e o distanciamento dos maus tratos e também expressava um ataque ao
“direito de propriedade” dos lusitanos, pois os escravos eram considerados
propriedades.
Os quilombos foram a forma mais eficiente
e organizada encontrada pelos negros para resistir à escravidão. Existem
relatos dessas organizações em aldeias de Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e em
terra Gaúchas... O mais importante foi o quilombo de Palmares, no século XVII,
formado por várias aldeias que se espalharam por terras que hoje fazem parte
dos estados de alagoas e Pernambuco. Existiu entre 1630 e 1695. Passou então a
ser atacado por expedições patrocinadas pelo governo português e fazendeiros,
mas resistiu a todas elas. Para destruir o quilombo de Palmares foi preciso um
exército de 9 mil homens.
Palmares foi destruído, mas
permaneceu na memória das populações negras, assim como o nome do seu último
líder, Zumbi. Sua morte ocorreu por volta de 1695. O dia 20 de novembro, muitos
anos depois tido por alguns como a data da morte de Zumbi, foi escolhido como
“Dia Nacional da Consciência Negra”. Cada passo dado em direção à consciência
de ser negro e contra as discriminações raciais é comemorado. A escravidão no
Brasil teve como um dos resultados a exclusão social, ainda hoje observada nas
periferias e favelas dos grandes centros urbanos do país.
Outro exemplo marcante da resistência
negra no Brasil foi a Revolta dos Malês ocorrida em 1835 na cidade de salvador.
Malê é um termo ioruba que designa
muçulmano. Os malês, que exerciam atividades livres, conhecidos como negros de
ganho (alfaiates, pequenos comerciante, artesãos e carpinteiros), se
organizaram em torno de propostas de libertação dos escravos negros e contra a
repressão do catolicismo.
Traídos. Os revoltosos que não foram
mortos em combate acabaram condenados a tortura, degredo e até a pena de morte.
A influência da cultura africana é
grande no Brasil: a língua portuguesa, alimentação, ritmos musicais, danças,
literaturas, poesia, religião, instrumentos musicais, vestimentas, penteados,
etc.
Atividades 02
1. Como os portugueses
consideravam os povos diferentes deles?
2. Localize e transcreva do
texto “Os nossos ancestrais africanos” o trecho que revela uma das estratégias
da classe dominante para dificultar a resistência organizada do escravo
africano.
3. “A influência da cultura
africana é real no Brasil”. Tendo por base a leitura do texto “a resistência
negra”, justifique essa afirmação.
4. Para você, qual o
significado do “Dia da Consciência Negra”?
5. As pessoas geralmente
acham que os negros trazidos da áfrica eram todos iguais. E que nossos índios
também são todos iguais. Justifique.
6. Quais são as origens de nossa diversidade cultural?