CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS ADULTOS - NOVA
VISÃO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Atividade 4
O preconceito não
está só aqui
“Ninguém nasce odiado outra pessoa pela cor
de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas
precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”
Nelson Mandela
É comum alguns acharem que seriamos
mais desenvolvidos se fossemos colonizados por ingleses ou holandês. Para
descobrir que essa afirmação é equivocada, basta conhecer um pouco sobre a
prática do apartheid, na África do sul, país colonizados pelos holandeses e
ingleses.
Não é somente quem coloniza que determina a organização cultural de uma
sociedade, mas também as suas necessidades políticas e econômicas em um
determinado momento dês sua história.
E a situação de preconceito e discriminação racial foi muito, mas
violenta e longa, na África do Sul.
Diferente do que ocorreu na África do sul, no Brasil a escravidão não
levou ao apartheid. Mas houve grande dificuldade no convívio entre negros e
brancos. A mulheres negra e indígenas eram, no geral, violentadas, tratadas
como objetos sexuais, o que piorava ainda mais a situação de exploração em que
viviam. “Apesar de todas as dificuldades e políticas de embranqueci mento”. O
fato que não pode ser negado é a miscigenação aqui no Brasil.
O
Estatuto da Igualdade Racial em debate.
Algumas pessoas ainda podem pensar: essa coisa de preconceito racial não
existe mais. Porém a realidade não bem essa. A Lei Áurea já tem mais de 120
anos, mas a escravidão negra existiu durante quase quatro séculos em nosso país
com práticas cruéis e racistas contra os africanos e afro brasileiros. Nada
disso é esquecido tão facilmente. Por que será que isso acontece?
As pessoas não nascem racistas, tornem-se racistas com o decorrer do
tempo, fruto de valores da criação que recebem dos pais e da sociedades em que
vivem. Dessa forma o preconceito racial vem sendo recriado e alimentado ao
longo de toda a nossa história. Algo que, por muito tempo, foi negado pelas
elites nacionais que disseminaram a idéia da democracia racial brasileira, uma
forma de negar a existência do racismo entre nós. Mito muito difundido pela
imprensa nacional desde os anos 1940 e reafirmado pelos governos militares da
ditadura iniciada em 1964.
Muitas reações contra mais essa forma de discriminação racial ocorrem na
história do nosso país.
Na década de 1970, por exemplo, os movimentos negros e outros
pesquisadores se debruçaram sobre a situação dos afro-brasileiros no mercado de
trabalho e constataram mais um vez, a forte discriminação velada, ou seja, as
pessoas não negras no geral tem o melhores salários e preferências para o
preenchimento de vagas disponíveis.
Nas políticas sociais, em 1987, uma em cada cinco crianças negras não
tinha acesso à escolarização elementar e 63% não tinham acesso à educação média.
Foi só com a Constituição de 1988 que houve efetivamente ampla reorganização do
estado no campo dos direitos sociais, o que permitiu um aumento no nível de
escolarização da população mais pobre e negra.
Desde o final da década de 1980 manifestações racistas passaram a ser
consideradas crimes que podem ser punidos com prisões.
Isso Mesmo! A Constituição atual classifica discriminação racial como
crime inafiançável o que era enquadrado simplesmente como contravenção, ou
seja, um ato de menor gravidade.
Na década de 1990 tiveram início vários debates sobre quais medidas
deveriam ser tomadas para combater a discriminação racial. Co o resultado, nos
anos 2000, após muitas lutas dos movimentos negros, ocorreu algumas conquistas
importantes como o desenvolvimento de programas da valorização da cultura e da
história do negro no Brasil. Instituições públicas como as Universidades
passaram a adotar programas como os de estabelecimento de cotas, ou seja, a
reserva de uma determinada quantidade de vagas para os afro descendentes,
visando ampliar o acesso de estudantes negros ao ensino superior.
Mais recentemente foi aprovado, na Câmara dos deputados, o Estatuto da
Igualdade Racial que tem como objetivo principal o combate a discriminação
racial e as desigualdades estruturais e de gênero que atingem os
afro-brasileiros.
Para que esse Estatuto passe a funcionar falta somente a aprovação do
senado e do Presidente da República.
A fim de eliminar o racismo o preconceito e as discriminações muito tem
sido feito, mais ainda a muito a se fazer.
Atividade.04
1-
Selecione
do texto “O Estatuto da Igualdade Racial em debate” um trecho que mostre por
que atitudes racistas ainda existem no Brasil.
2-
Localize
no texto um trecho que demonstra avanços na luta contra a discriminação racial
no Brasil.
3-
Em
sua opinião, algo mais pode ser feito para combater a discriminação racial no
Brasil? Cite Exemplos