Atividade de Outubro


CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS ADULTOS - NOVA VISÃO

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Atividade 4


O preconceito não está só aqui


    “Ninguém nasce odiado outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”
                              Nelson Mandela


É comum alguns acharem que seriamos mais desenvolvidos se fossemos colonizados por ingleses ou holandês. Para descobrir que essa afirmação é equivocada, basta conhecer um pouco sobre a prática do apartheid, na África do sul, país colonizados pelos holandeses e ingleses.
      Não é somente quem coloniza que determina a organização cultural de uma sociedade, mas também as suas necessidades políticas e econômicas em um determinado momento dês sua história.
       E a situação de preconceito e discriminação racial foi muito, mas violenta e longa, na África do Sul.
        Diferente do que ocorreu na África do sul, no Brasil a escravidão não levou ao apartheid. Mas houve grande dificuldade no convívio entre negros e brancos. A mulheres negra e indígenas eram, no geral, violentadas, tratadas como objetos sexuais, o que piorava ainda mais a situação de exploração em que viviam. “Apesar de todas as dificuldades e políticas de embranqueci mento”. O fato que não pode ser negado é a miscigenação aqui no Brasil.


O Estatuto da Igualdade Racial em debate.

       Algumas pessoas ainda podem pensar: essa coisa de preconceito racial não existe mais. Porém a realidade não bem essa. A Lei Áurea já tem mais de 120 anos, mas a escravidão negra existiu durante quase quatro séculos em nosso país com práticas cruéis e racistas contra os africanos e afro brasileiros. Nada disso é esquecido tão facilmente. Por que será que isso acontece?
     As pessoas não nascem racistas, tornem-se racistas com o decorrer do tempo, fruto de valores da criação que recebem dos pais e da sociedades em que vivem. Dessa forma o preconceito racial vem sendo recriado e alimentado ao longo de toda a nossa história. Algo que, por muito tempo, foi negado pelas elites nacionais que disseminaram a idéia da democracia racial brasileira, uma forma de negar a existência do racismo entre nós. Mito muito difundido pela imprensa nacional desde os anos 1940 e reafirmado pelos governos militares da ditadura iniciada em 1964.
       Muitas reações contra mais essa forma de discriminação racial ocorrem na história do nosso país.
       Na década de 1970, por exemplo, os movimentos negros e outros pesquisadores se debruçaram sobre a situação dos afro-brasileiros no mercado de trabalho e constataram mais um vez, a forte discriminação velada, ou seja, as pessoas não negras no geral tem o melhores salários e preferências para o preenchimento de vagas disponíveis.
      Nas políticas sociais, em 1987, uma em cada cinco crianças negras não tinha acesso à escolarização elementar e 63% não tinham acesso à educação média. Foi só com a Constituição de 1988 que houve efetivamente ampla reorganização do estado no campo dos direitos sociais, o que permitiu um aumento no nível de escolarização da população mais pobre e negra.
     Desde o final da década de 1980 manifestações racistas passaram a ser consideradas crimes que podem ser punidos com prisões.
      Isso Mesmo! A Constituição atual classifica discriminação racial como crime inafiançável o que era enquadrado simplesmente como contravenção, ou seja, um ato de menor gravidade.
       Na década de 1990 tiveram início vários debates sobre quais medidas deveriam ser tomadas para combater a discriminação racial. Co o resultado, nos anos 2000, após muitas lutas dos movimentos negros, ocorreu algumas conquistas importantes como o desenvolvimento de programas da valorização da cultura e da história do negro no Brasil. Instituições públicas como as Universidades passaram a adotar programas como os de estabelecimento de cotas, ou seja, a reserva de uma determinada quantidade de vagas para os afro descendentes, visando ampliar o acesso de estudantes negros ao ensino superior.
        Mais recentemente foi aprovado, na Câmara dos deputados, o Estatuto da Igualdade Racial que tem como objetivo principal o combate a discriminação racial e as desigualdades estruturais e de gênero que atingem os afro-brasileiros.
       Para que esse Estatuto passe a funcionar falta somente a aprovação do senado e do Presidente da República.
        A fim de eliminar o racismo o preconceito e as discriminações muito tem sido feito, mais ainda a muito a se fazer.



Atividade.04

1-   Selecione do texto “O Estatuto da Igualdade Racial em debate” um trecho que mostre por que atitudes racistas ainda existem no Brasil.

2-   Localize no texto um trecho que demonstra avanços na luta contra a discriminação racial no Brasil.

3-   Em sua opinião, algo mais pode ser feito para combater a discriminação racial no Brasil? Cite Exemplos