CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS ADULTOS - NOVA VISÃO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Atividade 3
Novas ondas migratórias
Em 1845 o Parlamento inglês aprovou
a lei Bill Aberdeen proibindo o comércio de escravos entre a África e a América
obrigando o governo brasileiro a promulgar a lei Eusébio de Queirós, em 1850.
Com essa lei o Brasil tomava medidas para perseguir e acabar com o tráfico
negreiro deixando claro à Inglaterra que nós mesmos resolveríamos esse
problema.
Isso aconteceu no mesmo período em
que houve o aumento da população na Europa e das lutas pela unificação da
Itália e da Alemanha levando as populações desses países a buscarem na
emigração uma saída para a miséria e as lutas internas.
A proibição do tráfico provocou o
aumento do preço dos escravos, o Brasil passou a disputar o enorme contingente
de imigrantes europeus para contornar o problema causado pela lei Eusébio de
Queirós, ou seja, a falta de mão de obra.
Mesmo antes da assinatura da Lei
Áurea, no dia 13 de maio de 1888, pela princesa Isabel – filha de D. Pedro II –
outro problema perturbava as cabeças de parte da elite nacional.
Essas elites não viam com bons olhos
o pagamento do trabalho dos negros e mestiços que antes eram seus escravos. A
partir desse momento para elas, a quantidade de não brancos era grande na
população.
Lembra-se da teoria evolucionista
defendida por Charles Darwin, explicada no capítulo 3 do 6º ano? Então, a
partir da metade do século XIX, essa teoria passou a ser utilizada para
explicar as diferenças existentes entre os europeus e os outros grupos humanos.
Era dito que a espécie humana estava dividida em raças e que os homens brancos
estavam no topo do desenvolvimento entre os humanos.
Por isso a elite branca defendeu a
tese do branqueamento do povo brasileiro como um projeto nacional. Para atingir
esse objetivo, a elite brasileira da época entendia que se tornava necessário
aumentar a quantidade de europeus no Brasil.
Essa classe social queria viver aqui
como se estivesse na Europa, cercada por pessoas de cor branca e falando
francês. Para isso, entendiam que era necessário “apagar da memória” os traços
e lembranças de nossa herança negra e indígena.
O antropólogo francês Claude
Lévi-Strauss, na década de 1930, antes de vir ao Brasil para trabalhar e
realizar pesquisas ouviu do embaixador brasileiro a seguinte declaração:
“Índios? Infelizmente, prezado
cavalheiro, lá se vão anos que eles desapareceram.”
Os imigrantes europeus chegaram aqui
fugindo da miséria e da fome em seus países. Entendiam que em nosso país teriam
melhores condições de vida. Mas, antes da sonhada melhoria, tiveram que lidar
com uma elite agrária acostumada a tratar de forma preconceituosa a sua mão de
obra.
Muitos foram para as cidades, pois
não suportavam as condições de trabalho no campo, As portas estavam mais
abertas para eles do que para os negros e mestiços. Afinal, não sofriam
discriminação racial. Os descendentes de negros precisavam disfarçar seus
traços de africanidade, porque o padrão de beleza e de moral no Brasil era o do
homem branco. Porém, continuavam a sofrer o preconceito racial.
Desde a nossa descoberta até o
início do século XX, chegaram aqui cerca de 5 milhões de imigrantes, sendo:
1,7
milhão de portugueses; * 250 mil alemães; * 700 mil espanhóis;
1,6
milhão de italianos; * 230 mil japoneses; * 90 mil sírio-libaneses.
Hoje somos 189,6 milhões de
brasileiros e conseguimos abrigar, até o final do século XX, 4,5 milhões de
imigrantes, incluindo eslavos, ingleses, suíços, suecos, húngaros, franceses,
holandeses, poloneses, árabes, judeus, coreanos e norte-americanos.
Atividade 03
1 – Selecione do texto “Novas ondas
migratórias” um trecho que demonstra a visão da elite, na época, sobre a
libertação dos escravos.
A elite não via com bons olhos a
libertação dos escravos e que a quantidade de não brancos era grande na
população.
2 – Relacione a teoria de Charles
Darwin com a preocupação das elites em “branquear” a população.
Para o branqueamento do povo
brasileiro houve a necessidade de aumentar a quantidade de europeus no Brasil.
3 – Qual o significado da frase que
o embaixador brasileiro, na época, disse ao antropólogo Lévi-Strauss?
Extremamente preconceituosa por se
referir ao fim dos índios.
4 – Compare a vida dos imigrantes
europeus e asiáticos no século XIX com a dos ex-escravos africanos. Qual a sua
conclusão?
Os imigrantes europeus e asiáticos
chegaram e instalaram-se com mais facilidade já os africanos sofreram horrores
e lutaram muito para o mesmo ocorrer com eles.